Atualmente, o Brasil produz e consome 30 bilhões de litros de etanol, para atender o mercado chinês será preciso grande investimento

Se encerra neste fim de semana, a Missão China 2019, organizada pela InvestSP a agência de promoção de exportações e investimentos do Estado de São Paulo, que reúne 31 representantes de empresas e entidades representativas, liderados pelo governador João Dória e tem como objetivo apresentar aos chineses oportunidades de investimento disponíveis no estado e ampliar as relações comerciais com o mercado chinês.

Açúcar e etanol estão na pauta de encontros com consultores, bancos e em rodadas de negócios. Assim, O presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, UNICA, Marcelo Ometto, o diretor-presidente, Evandro Gussi, e o diretor executivo da entidade, Eduardo Leão, integram a comitiva multisetorial. O foco dos representantes da UNICA é promover o etanol como solução para melhoria da qualidade do ar nas grandes cidades.

 E as notícias que chegam da China têm animado o setor. É que o etanol está sendo considerado pelos chineses como um aliado para reduzir a enorme poluição do ar que toma as grandes cidades chinesas, tanto que a China está em fase de aprovação de uma nova lei que pode fazer a felicidade dos produtores de álcool pelo mundo inteiro: ela visa obrigar o uso de 10% de etanol misturado na gasolina.

“O etanol revolucionou a qualidade do ar nas cidades brasileiras. Desde o lançamento do carro flex, em 2003, 535 milhões de toneladas de CO2eq foram deixadas de ser lançadas na atmosfera por conta do etanol hidratado e anidro, adicionado na proporção de 27% à gasolina. E isso também pode acontecer em outros países”, explica Evandro Gussi.

A coluna de Sonia Racy, no jornal Estado de S.Paulo, 7/8/19, informou que, segundo o secretário da Agricultura paulista, Gustavo Junqueira, a intenção, inclusive, é de “estabelecer uma parceria Brasil-China para testar carros brasileiros flex fuel e também estudar a transferência de tecnologia de produção do etanol de cana e milho. Ele lembra, também, que isso significa grande potencial de investimento no setor de cana de açúcar, aumento da produção de milho e recursos aplicados em novas destilarias de etanol de milho.

Se de fato a China adotar o padrão de 10% de etanol na gasolina, isso vai representar uma revolução no setor de biocombustíveis e no agro brasileiro. O Brasil produz e consome, atualmente, algo como 30 bilhões de litros de etanol por ano. Com 10% de mistura, a China responderia por uma demanda extra mundial de… 15 bilhões de litros.

Na fabricação de veículos, o plano dos chineses, segundo os dois interlocutores, é dobrar o número de carros dos atuais 240 milhões para 500 milhões. E desses, segundo informações lá recebidas, a indústria vai conseguir fabricar, contribuindo para a limpeza do ar, um limite de 30% de veículos elétricos.

O setor sucroenergético torce para que os planos chineses de redução da poluição veicular se concretizem e que o etanol brasileiro seja parte importante da melhoria do ar na China, o que vai engordar o caixa da agroindústria canavieira.

 

Se a China adotar o padrão de 10% de etanol na gasolina irá precisar de 15 bilhões de litros por ano

Se a China adotar o padrão de 10% de etanol na gasolina irá precisar de 15 bilhões de litros por ano

 

Fonte: Cana Online